Os grandes centros urbanos apresentam dificuldades em despejar e tratar corretamente o esgoto doméstico o que, muitas vezes, causa o seu escoamento irregular ameaçando o potencial hídrico das cidades, além de ameaçar a saúde da população. Mas, é a partir do tratamento do esgoto que se torna possível extrair nutrientes que auxiliam as técnicas de fertilização do solo garantindo, inclusive, a recuperação de rios contaminados.
A técnica conhecida como reuso planejado, apesar de conhecida em outros países, só conquistou espaço para discussões a pouco tempo no Brasil. Ela se apresenta como uma associação de medidas sanitárias e agronômicas através do reaproveitamento agrícola como fertilizante e por meio da limpeza e conservação dos rios e lagos das cidades.
De acordo com o professor do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e responsável pelo projeto piloto já implantado em Pesqueira, Vicente de Paula Silva, estudos preliminares indicam a possibilidade de reciclagem do esgoto doméstico pelo reuso planejado em culturas de oleaginosas e em outros tipos de plantações. “O estudo da universidade, em parceria com o curso de Engenharia Química da UFPE, na comunidade de Mutuca, em Pesqueira, está sendo desenvolvido com oleaginosas e, em breve, Salgueiro também fará parte do projeto como o primeiro município pernambucano a ter um sistema de reaproveitamento de esgoto na agricultura. Os estudos avaliarão os vegetais irrigados com o esgoto tratado, tendo como objetivo a análise do óleo para a produção de biodíesel”, diz o professor.
O experimento de Salgueiro ainda será implantado e trará como parceiros a Compesa, Secretaria de Recursos Hídricos, Instituto Agronômico de Pernambuco (Ipa) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
A comunidade de Mutuca conta com um espaço de meio hectare – cerca de cinco mil metros quadrados – que está servindo de laboratório para diagnosticar os benefícios e possíveis riscos percebidos na técnica. Sobre os resultados, Silva os apresenta com satisfação. “A concentração de nutrientes importantes para o desenvolvimento de culturas – como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio – foram encontradas nas análises. No entanto, é preciso alertar que não se pode estender o reuso do esgoto para todas as culturas. Mesmo tratado o esgoto apresenta microorganismos que não podem entrar em contato com alimentos de consumo in natura, como as hortaliças. O sistema de irrigação deve ser localizado para minimizar o contato do líquido efluente – nome dado ao líquido após o tratamento – com os vegetais e o próprio ser humano”, alerta.
A comunidade de Mutuca conta com um espaço de meio hectare – cerca de cinco mil metros quadrados – que está servindo de laboratório para diagnosticar os benefícios e possíveis riscos percebidos na técnica. Sobre os resultados, Silva os apresenta com satisfação. “A concentração de nutrientes importantes para o desenvolvimento de culturas – como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio – foram encontradas nas análises. No entanto, é preciso alertar que não se pode estender o reuso do esgoto para todas as culturas. Mesmo tratado o esgoto apresenta microorganismos que não podem entrar em contato com alimentos de consumo in natura, como as hortaliças. O sistema de irrigação deve ser localizado para minimizar o contato do líquido efluente – nome dado ao líquido após o tratamento – com os vegetais e o próprio ser humano”, alerta.
A eficácia da técnica para o reaproveitamento da água é comprovada, porém, o Brasil aproveita parcialmente o seu potencial, já que pratica apenas o uso do efluente. “A escassez de água no mundo é uma realidade. É a partir de projetos como esse que devemos empreender novos métodos de aproveitamento dos nossos recursos naturais e saber usa-los com cautela”, afirma Silva.
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Casa comigo?
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