A corrupção nunca saiu de moda. Desde a divisão tribal na Pré-História até as decisões no Congresso e Câmara em Brasília que o modelo de corrupto que se usa é o mesmo, só o tamanho que aumentou. Sob a roupa da imunidade parlamentar políticos brasileiros se protegem das calorosas discussões de cidadãos brasileiros que, atônitos, assistem o desfile de mesadas, mensalões e cartões corporativos.
A política nacional serve constantemente de palco de escândalos financeiros. Se antes os eventos demoravam a serem descobertos hoje, tendo a tecnologia como aliada, não há como passar despercebido aos olhares atentos da imprensa ou, quando não, dos próprios comparsas ressentidos. O interessante a ser notado é a dimensão que as histórias tomam: são acompanhadas como “novelinhas da vida real” nos noticiários da TV.
Para não deixar de mostrar a “qualidade dos roteiros”, pode-se dar o exemplo dos “anões do orçamento”. A infeliz coincidência com a temática infantil termina aí, pois os anões além de não possuírem as feições dos personagens da animação exploravam outra mina: os recursos do orçamento da União.
Outra história a ser relembrada no “desfile da corrupção” é a do mensalão. A lembrança imortalizada no imaginário do público brasileiro é a do assessor parlamentar do PT, José Adalberto Vieira da Silva, guardando a propina do esquema de compra de votos de parlamentares na cueca. O mais recente fato a entrar para a história da corrupção nacional está presente no cardápio natalino: o panetone. No ciclo de natal deste ano a corrupção não acabará em pizza; além de servir de “álibi” nas licitações fraudulentas no Distrito Federal, também foi a grande pedida entre os manifestantes em seus protestos na capital nacional.
A população brasileira ainda assiste a essa “coleção atemporal da moda da corrupção” de braços cruzados. Não se pode mais agir assim. É preciso que o povo deixe de ser público espectador e passe a ocupar o seu lugar de ator social, cidadãos. A corrupção tem que sair de moda e virar artigo rejeitado na última estação.
Sofrência
Há 9 anos